quarta-feira, outubro 25, 2006

Eufemismos I

Já ouviu alguém dizer “Fui a uma pessoa”?

Vou contextualizar. Geralmente, a confissão surge quando se debate esoterismo e temas afins. Quem é e o que faz esta “pessoa”? Assume várias identidades mediante os gostos pessoais, pode ser: bruxo(a), vidente, curandeiro(a), cartomante, mãe(pai)-de-santo, astrólogo(a), etc. Existe ainda uma infinidade de sub-tipos. No caso dos videntes, temos os que lançam os búzios, os que vêem o futuro nas folhas de chá, em pedrinhas… a imaginação é o limite.

A questão é que, nunca ninguém diz “Fui à bruxa”. Porquê? Talvez com medo da discriminação, mas não só. A razão é porque nem a pessoa que vai à pessoa sabe o que vai lá fazer, nem a pessoa a quem se vai tem ideia de qual é o seu ofício.

Conselho para a pessoa que vai à pessoa: esteja preparado(a) para ouvir: “Há muita gente que lhe quer mal”; “Alguém fez magia contra si”; “Têm inveja de si”; “ Nunca resolverá os seus problemas até se limpar”;

Conselho para a pessoa a quem se vai: qualquer uma das frases acima é ideal para que o seu “cliente” fique fidelizado. Se receber de resposta “ Mas a vida corre-me bem”, pergunte prontamente “De certeza? Pense bem”. É garantido que irá descobrir algum problema, mas melhor ainda é que você lhe explicou porquê e ainda…… sabe como resolvê-lo!!

PS: Graçolas à parte, cada um que acredite no que quiser. Não critico. Desde que não me tentem converter, até tenho curiosidade em saber de que forma é que outros encaram a vida (algumas bastante originais)

Os brasileiros são giros

Traços culturais e linguísticos que me saltam à vista e ao ouvido.

Em primeiro lugar o país -Brasil. Português que se preze sonha em fazer férias lá, porque aquilo é que é bom. Tem praia, água do mar quente (que até chateia porque para arrefecer só comendo gelo ou ficar no quarto com o ar condicionado no máximo), boa comida, gente simpática.

Praia acho que não nos falta e muito melhor. Sim, porque se não foram ao Brasil e alguém vos disser que sítio A ou B é um espectáculo, tenham algum sentido crítico. Não são uma nem duas, que mal descolam do aeroporto ficam inebriadas com tudo o que vêem. Pode ser a maior porcaria de praia, de hotel, de comida, de serviço mas como é “lá fora” é fantástico. Aliás, se fosse cá recusar-se-iam, nem que lhes pagassem a ir a praias com as que vi no Brasil. E então restaurantes... é melhor ficar por aqui porque está quase na hora de jantar e não quero perder o apetite.

Gente simpática, sem dúvida. Um bocadinho exagerada. Nunca percebo se aquilo é uma espécie de expressão teatral ou se é real. Para a saúde mental deles, espero que seja encenado. Um depressaozita? já marchava, não? Para desenjoar, e para descansar um músculos das bochechas e exercitar os da testa. Um dia menos bom, mau feitio… não?

Há uns tempos atrás, estava a ver televisão com uma brasileira e apareceu a imagem de um deficiente motor com claras dificuldades de dicção. Ela exclamou “Este rapaz é excepcional” – “O quê? Não digo que ele não tenha qualidades mas daí a chamar-lhe excepcional ainda vai um bocado”. Parece que eles chamam “excepcional” a uma pessoa deficiente, perdão, pessoa portadora de deficiência. Viva o politicamente correcto!! Excepcional, cá em Portugal é alguém ou alguma coisa que é fora do comum…mas para melhor.

E para acabar, numa livraria brasileira deparei-me com o seguinte título “Como escrever corretamente português”. Pensei logo “Começam bem, com um erro ortográfico logo na capa!”

Viva BBBrrrrrrrraaaaaaaaaaaaaasssssssssssiiiiiiiiiiiiiillllllllllllllllllllll !!!!

domingo, outubro 22, 2006

"Bumfights"

Nunca tinha ouvido falar em tal coisa, mas não é novidade.

É uma série americana independente simplesmente arrepiante. Arrepiante porque se aproveita de sem-abrigo como "actores", movidos a cerveja e outras bebidas alcoólicas, e põe-nos à luta uns com os outros e a fazer stunts diversas (um deles até deixou que lhe tatuassem na testa "BUMFIGHTS"). Há também uma rubrica chamada Bumhunter, que à semelhança dos australianos alucinados que andam pela selva a apanhar animais exóticos (na grande maioria crocodilos!!), o Bumhunter, com os seus calções khaki, vai à socapa amarrar sem-abrigo que estão a dormir. Claro que estes sem-abrigo não fazem a mais pequena ideia do que se está a passar, e encaram-no como se de uma agressão se tratasse. Depois de imobilizado e silenciado o sem-abrigo, o Bumhunter desfaz-se em sábios comentários como “ Este vagabundo é um espécime particular, tem mais energia do que é habitual. Provavelmente devido às drogas que consome.” Programa de muito mau gosto, diria eu. Mas tem tido um sucesso inacreditável e já vai para a 4ª temporada. Fez do seu jovem realizador, um quase milionário.

Problema: visto ter tanta audiência, especialmente e somente penso eu, na camada jovem não demorou muito a que tentassem fazer o que viam na série. Alguns adolescentes já foram condenados a 30 anos de prisão por terem agredido até à morte sem-abrigo.

Tudo bem que estes adolescentes já não eram propriamente o exemplo de equilíbrio e responsabilidade, mas este programa deu-lhes ideias. Segundo alguns criminologistas, estes casos de violência não encaixam perfeitamente na categoria de hate crimes. É mais uma questão de moda, iniciada pelo Bumfights, que tornou espancar os sem-abrigo uma coisa mesmo bué fixe. E é tão fácil, eles estão fracos, sozinhos e a viver na rua.

PS: Tentei por aqui um video, mas vão reparar que a maior parte deles estão flagged no Youtube e é preciso fazer sign-up.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Mudam-se os tempos…

Como inconstante que sou, disse uma coisa no outro dia e hoje já mudei de opinião. Manifestei vontade em adquirir um Caterpillar para poder ajudar algumas pessoas a perceber melhor o código da estrada. Mas hoje de manhã, quando tentava chegar ao trabalho por volta das 6:30, apercebi-me da mudança dos “tempos” e acho que o melhor mesmo é comprar um anfíbio. O que era aquilo? Alguém deixou as torneiras abertas lá em cima. Não eram lençóis de água na estrada, era edredão, manta e colcha!!

Apesar do transtorno, e perigo, que é conduzir nestas circunstâncias, é fixe, não é?

quinta-feira, outubro 19, 2006

De cara lavada

Fartei-me do preto. Até ver o Perfunctório tem novo visual.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Cá por mim, era tudo rebocado… ou amassado!!

Já repararam que a grande maioria dos habitantes de Lisboa tem sangue azul? É verdade. Como é que eu sei?! Porque andam com anel de brasão?! Não. Porque estacionam os carros onde lhes dá na real gana. Se calhar nunca ninguém lhes disse que quando existem 2 faixas de rodagem, elas estão para isso mesmo: rodar, circular… Não para estacionar a merda do carro. Por causa desta gente temos mais filas e mais tempo de espera do que necessário. É vê-los todos paradinhos em 2ª fila, e o resto da populaça que se lixe. Que saudades que eu tenho do meu Defender … Se calhar vou mudar de carro outra vez, mas desta vez vai ser Caterpillar.

Para o bem da Humanidade

Se está deprimido, mentalmente esgotado, melancólico, triste, sem energia, sem vontade de trabalhar…não vá trabalhar. Não vá trabalhar, mesmo. Meta baixa, ou melhor ainda despeça-se logo. Assim não chateia ninguém, e pode dar asas à sua depressão.

Aconselho a todos os meus “leitores” que façam isto.

Sou uma bocado insensível para com a dor alheia, é verdade. Também já fui apresentada à dita senhora, e o que é que fiz? Fui com ela para longe. A sério, ninguém tem pachorra para aturar depressões, nem o próprio.