segunda-feira, março 13, 2006

Doente Mental

"Como tornar-se doente mental" de Pio Abreu é um dos livros melhores que li nos últimos tempos. A sua intenção é esclarecer sobre as diferenças entre as doenças mentais mais conhecidas da maioria das pessoas. Mas fá-lo de uma forma muito original, com muito sentido de humor. Deixo-vos aqui um excerpto do capítulo 3. Como tornar-se obsessivo-complusivo:

"Se você quiser ser obsessivo-compulsivo, a primeira coisa que se tem de convercer é a de ter de ser perfeito. Sabe muito bem que todos os outros são pessoas cheias de defeitos e vícios, por isso sentir-se-á superior a todos. Claro que levará uma vida desgraçada e dolorosa, mas a vantagem moral de ser superior aos outros compensa o suficiente. Aos poucos habituar-se-á mesmo a tirar partido da sua desgraça e acabará por ter prazer com a sua dor. O masoquismo afinal também existe."

From http://www.schoolbehavior.com/conditions_ocd.htm

"Viver sempre também cansa"

"Viver sempre também cansa.

O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinzento, negro, quase-verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.

O mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.

As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
e a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.

Tudo é igual, mecânico e exacto.

Ainda por cima os homens são os homens.
Soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.

E há bairros miseráveis sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...

E obrigam-me a viver até à Morte!

Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois,
achando tudo mais novo?

Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,
morrer em cima de um divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.

Quando viessem perguntar por mim,
havias de dizer com o teu sorriso
onde arde um coração em melodia:
«Matou-se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela.»

E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo..."


José Gomes Ferreira

sexta-feira, março 10, 2006

Devaneios

Este relógio da Porsche Design é digno de admiração. Uma verdadeira obra-prima da relojoaria com uma robustez (e preço!) de impôr respeito.

The beggining II

Bem, criar o blog até nem foi difícil mas e agora... Tenho que esperar pela inspiração e sabe-se lá quando ela virá, se é que virá. Entretanto, vou escrevendo uns quantos disparates.